Por: Dr. Lísias Nogueira Castilho, publicado em: 05/07/2018
Há muitos anos, quando se conseguiu entender melhor a estrutura molecular dos vírus causadores da gripe, que sofrem mudanças genéticas sazonais continuamente, ao que se chama de mutação, foi possível fabricar uma vacina eficaz e segura, com vírus inativos, contra os principais causadores da gripe. De início, o principal grupo de risco, alvo das vacinações em massa, foram os idosos, principalmente por conta das complicações da gripe, potencialmente letais, como a pneumonia e a septicemia. Posteriormente, com o aperfeiçoamento técnico das vacinas e a possibilidade de produção em larga escala, o público-alvo foi ampliado.
Em 2018, no Brasil, o Instituto Butantã, de São Paulo, fabricou 55 milhões de doses para todo o Brasil. O Ministério da Saúde determinou que sejam disponibilizadas vacinas gratuitamente, em todo o país, para pessoas, com 60 anos de idade ou mais, crianças entre 9 meses e 6 anos, gestantes, puérperas até o 45º dia pós-parto, pessoas com imunodeficiência, presidiários, crianças institucionalizadas, professores, profissionais da saúde, e alguns outros subgrupos.
A finalidade maior é proteger a população mais vulnerável e reduzir o número de mortes. O procedimento vacinal ocorre em quase todo o mundo atualmente, uma vez que já ficou comprovada a boa relação custo-benefício da vacina contra os vírus da gripe.
Como os vírus do hemisfério norte são diferentes dos vírus do hemisfério sul, a vacina tem que ser regionalizada. A vacina norte-americana não serve para nós, brasileiros, por exemplo. Da mesma forma, a vacina oferecida neste ano não serve para o ano que vem, justamente porque os vírus sofrem mutações rápidas e já não são os mesmos alguns meses depois. A vacina tem que ser dada anualmente.
Embora de graça e altamente eficaz, a vacinação contra a gripe não deverá atingir o público-alvo desejado pelas autoridades sanitárias. As principais razões são o desleixo da população, que só se mobiliza quando a mortalidade é alta, nas grandes epidemias, e o medo indevido de reações adversas, que são raras. Soma-se a esse quadro os movimentos antivacinais, que crescem a cada ano, não só no Brasil, e que se promovem especialmente graças às mídias sociais por meio de notícias falsas (fake news). Os movimentos contrários à administração de vacinas são muito antigos e não se baseiam em nada sólido, apenas na opinião de alguns poucos que querem aparecer na mídia.
Postado por: Dr. Lísias Nogueira Castilho, publicado em: 05/07/2018
CRM 34 088
Especialidades:
Medicina – Universidade de São Paulo (USP)
Residência Geral – Universidade de São Paulo (USP)
Residência Urológica – Universidade de São Paulo (USP)
Mestrado – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Doutorado – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Livre Docente – Universidade de São Paulo (USP)
Especialização – Sociedade Brasileira Urológica.